Acelerador eletrônico: dicas de manutenção
Dicas e macetes para esclarecer algumas dúvidas de quem é da área
Vamos apresentar alguns detalhes dos corpos de borboletas, uma vez que a maioria deles apresenta características semelhantes. Começaremos pelo motor, que é de corrente contínua, operado com a tensão de bateria (12V) com duty-cycle variável e inversão de polaridade para controle de marcha lenta.
Nesse contexto, duty-cycle é a proporção de tempo durante o qual um componente, dispositivo ou sistema está em operação. Por exemplo, uma modulação PWM de amplitude 12V e duty-cycle de 75% produz o mesmo efeito de uma tensão contínua de 9V (12*0,75 = 9).
Autoadaptação
A posição de mínima abertura da borboleta é continuamente adaptada, isto é, o menor valor lido é armazenado como mínimo. A relação entre o valor lido e o ângulo de borboleta usa uma fórmula de conversão interna à central de controle.
A posição inicial de um corpo de borboleta compreende-se na média (entre 7° e 12°), parcialmente aberta devido à existência de uma mola de dupla ação. A posição de repouso permite que o motor funcione com rotação e potência baixa para se dirigir o veículo até uma oficina, caso haja problema com comando da borboleta.
Recovery
Caso o motor da borboleta apresente alguma falha, teremos a lâmpada piloto indicadora de avaria de injeção ligada e o ângulo borboleta 1 e 2 (fixo); o motor acelera pela variação de avanço até 3.000rpm, na maioria dos casos para o veículo chegar até uma oficina.
Quando ocorre algum problema no corpo de borboleta, o módulo de injeção reduz o avanço de ignição e incrementa o tempo de injeção para preservar o motor.
Na maioria dos casos, quando é feito o reparo neste corpo de borboleta, temos de fazer o seu ajuste básico e apagar a memória, para que ocorra sincronismo do módulo com a unidade de comando.
Corpo Delphi
Se na linha GM e Fiat com motor 1.4l e 1.8l e corpo Delphi com a inscrição KM estampada no módulo de injeção MT 27E HSFI 2.3 Multec apresentarem no scanner os códigos 1.500 ou 1.550, referentes à falha no corpo de borboleta eletrônico, a primeira coisa que o veículo faz é entrar em emergência, não acelerando mais que 3.000rpm.
Como o módulo acusa erro na borboleta, é normal insistir, porém, quando isso acontece, o problema pode ser no módulo de injeção, caso o corpo de borboleta não apresente nenhum problema.
Quando ocorre a quebra da engrenagem do corpo de borboleta, na maioria das vezes danifica-se o módulo de injeção, devido ao fato de que se a engrenagem estiver ruim aumenta o consumo do motor do corpo, queimando o módulo de injeção.
Quando apresentar estes códigos, sugerimos que se abra a parte traseira do corpo de borboleta e verifique se a sua engrenagem não está danificada.
Outro problema bastante comum nestes módulos foi a evolução de calibração nos veículos 1.4l, como Corsa, Meriva e Montana, que passaram por uma evolução de calibração para resolver um problema de partida a frio e uma melhora em desempenho.
Esta troca de programação resolve um problema da primeira partida do veículo, que fechava o corpo de borboleta dificultando a partida a frio, pois não entrava ar quando ela era dada.
Identificamos em nossa empresa, na prática, que os módulos dos veículos 1.4l com as inscrições FHRB, FHRD, FHJR são os que receberam esta evolução de calibração, no entanto, pode haver mais algumas que não temos conhecimento até o momento.
Outro problema característico deste sistema é apresentação de oscilação de marcha lenta ou subida da rotação, que depois não baixa mais. Este defeito apresentou-se em vários módulos, sendo necessário repará-lo quando da sua ocorrência.
Franceses
Os veículos Peugeot e Renault com motor 1.0l 16V sistema 5NP e 5NR estão apresentando muitos problemas, como erros de perda de acelerador, falhas em alta rotação e de funcionamento do ar-condicionado.
Percebemos, na prática, que por este módulo estar afixado na parte traseira do coletor é bastante suscetível a entrada de água pelo conector, ocasionando apodrecimento dos pinos do módulo ou falha de resposta do veículo.
Outro defeito comum neste sistema é falha em alta rotação e perda de aceleração, algo complicado de diagnosticar, pois, num primeiro momento seria necessário trocar o corpo de borboleta para ver se o problema é solucionado.
Este corpo de borboleta dá problema, simplesmente porque o carro é de baixa cilindrada e sempre trabalha no limite. Na maioria dos casos, a pista do potenciômetro necessita de reparos ou até mesmo da substituição do conjunto inteiro.
Quando este veículo perde o acelerador, primeiramente é preciso verificar se o problema está no corpo de borboleta, muito mais barato. Se não for isso, o defeito provavelmente é no módulo de injeção.
Outro problema, que já vimos na prática, é a queda de líquido em cima do potenciômetro do acelerador, afixado no cabo do acelerador que fica no cofre do motor. Mais uma particularidade deste sistema é o ar-condicionado parar de trabalhar. Na maioria das vezes, é um problema no módulo de injeção, sendo necessário repará-lo ou substituí-lo.
Estes módulos apresentam várias falhas. Mais uma é a lâmpada de injeção não acender. O imobilizador é bastante problemático na linha Renault 5NR e na linha Peugeot 5NP 01 sem rede CAN e 5NP 02 com rede CAN. Entrando em módulo ECO, é necessário prestar bastante atenção quando fizer manutenção na linha Peugeot. Lembre-se sempre de tirar a chave da ignição para não travar o sistema e também ter muito cuidado com a bateria deste veículo, que pode travar o sistema.
A linha 5NR da Renault apresenta muitos problemas no transponder da chave, sendo necessário substituí-lo.
Fonte: Oficina Brasil